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SÉRIE FAVOS

A produção do mel é fruto de um processo amplo, em que as abelhas coletam e espalham o pólen de flor em flor. A polinização envolve trocas, misturas e evidencia a interdependência entre os seres que coabitam o planeta Terra.

Com os saberes não é diferente: eles não surgem de forma isolada, não são fruto de um punhado de mentes brilhantes, mas de um trabalho coletivo, em que perspectivas diferentes entram em contato e fazem brotar diversas reflexões. 

Da mesma forma que a polinização é fundamental para manutenção e recuperação da biodiversidade, a produção e circulação de saberes fomenta a criatividade, enriquece a vida das pessoas e oferece possibilidades para uma existência intelectual, moral, afetiva e espiritual dignas.

Para tanto, o conhecimento não pode estar restrito a alguns círculos, contido nos portões das universidades; não deve ser encarado como um artigo de luxo destinado à ostentação, uma ferramenta para reforçar desigualdades e apagamentos. Deve, em vez disso, ser democratizado, entendido como um direito assegurado a todos.

É partindo dessa premissa que a Editora Mandaçaia criou a SÉRIE FAVOS, que tem como objetivo a publicação de textos que, em linguagem acessível, proporcionem o contato inicial com temas relevantes para compreensão e análise crítica da forma como o ser humano se relaciona consigo, com a sociedade e com o planeta.

O formato também foi concebido pensando a partir dessas premissas. Os livros são curtinhos, para serem facilmente transportados, e bonitos de se ver!

Esperamos que cada obra dessa série seja como um favo de mel, doce reusultado dessas trocas, e que seu conteúdo favoreça a ampliação dos horizontes de nossas leitoras e leitores.

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SÉRIE FISSURAS

"Fissuras são fendas, brechas, aberturas, gretas, trincas, rachaduras, rupturas, lascas, rompimento... todo ato qualificado de operar cisões, às vezes de longa duração, mais ou menos profundas, sobre dado elemento material histórico ou não, sensíveis ou não.

A SÉRIE FISSURAS busca publicar textos que movimentam sujeitos/escritas que resistem ao aprisionamento das ideias, produzindo cisões nos discursos e práticas instituídas que nos capturam e nos paralisam, diminuindo as possibilidades de (re)existir; lança o desafio de romper com a reprodução, na tentativa de pensar com/por outros movimentos, histórias outras, espaços outros, que buscam trincar com os modelos, escapando, fugindo e se aproximando de outras linguagens, de termos (des)acostumados, invisibilizados, paradoxais.

Apoiamos textos que caminham pelas linhas de fuga, fissurando conceitos canonizados, criando “des-certezas”, abrindo brechas e cisões na e com a palavra. Nossa (in)tensão é percorrer o meio, as margens, buscar as lascas de histórias (in)visíveis, das ausências, dos vazios.

FISSURAS busca ser uma escrita inapropriada, tal como o pensamento que, como a terceira margem do rio, parafraseando aqui Guimarães Rosa, torna-se uma espécie de zona silenciosa e indomável. Escrever é como um rio, que caminha pelos seus fluxos, intensidades, dobras, movimentos.

Os escritos que vamos acolher são aqueles que desenham a partir de olhares e vivências outras, subalternidades que emergem a partir do arrombamento, dos acasos; um pensar por experimentação e (re)existências fora da colonialidade. Desejamos publicar epistemes pulsantes, escritos (mal)ditos, rizomáticos, onde possamos fissurar a língua, fazer ruídos, desobedecer a norma, o padrão, o trivial. É, portanto, no espaço da FISSURA, da trinca, da vertigem, que as histórias dos sujeitos no Sul Global, suas existências, (re)existências e seus desdobramentos são possíveis.

Enfim, é somente porque existe o espaço da fissura, do corte, da rachadura, que as histórias outras, as vozes subalternizadas podem vazar, transbordar, escorrer. O que buscamos nessa coleção não é usar a escrita para preencher esse espaço vazio, é, antes, talvez, cultivar a FISSURA, alimentá-la, para que dela, de sua fenda, de seu buraco, todos os sujeitos, vozes, e manifestações do Sul Global possam vazar, provocando um rizoma de epistemes, um espaço de liberdade sem limites, onde a escrita seja a possibilidade de transbordamento.

A coleção FISSURAS pretende visibilizar esses deslocamentos, que nascem nesses des-limites ou, talvez, na “terceira margem do rio”. E, se da fissura vaza a alteridade, o outro, vazam também novos mundos, novas possibilidades de devir-mundo, de devir-epistemes, para deformar o que está posto."

 

Você está convidado(a) a Fissurar conosco.

 

Losandro Antônio Tedeschi

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